LÉSBICAS NO PARQUES DE DIVERSÃO

 

 LÉSBICAS NO PARQUES DE DIVERSÃO

 

O conto que abordarei esta noite aconteceu durante a minha traumática estadia no puteiro de Vavá - Vanessinha Boqueteira para os clientes com mais de 15 anos de casa. Naquela época, eu era uma travesti ploc-ploc e serelepe, praticamente uma garça fraquejando em meios aos gorilas, sádica como uma porca que dá a luz na lama e nem um pouco lúdica, gostava de coisas fortes e o usual para mim não trazia a satisfação.

Vavá era dominadora e nem um pouco solúvel, mas naquele fatídico final de semana, ela estava dócil como uma pera e liberou para eu e mais algumas garotas ingressos para o parque de diversões Hopi Hari, o que foi aceito de muito bom grado e sem pensar duas vezes. Sabe-se lá quando a chupadora de rolas profissional ia ter outro surto de gentileza desses.

Eu e as “meninas” partimos num ônibus fretado para o que seria um dia inesquecível em nossas vidas. E foi mesmo. Em vez de irmos como meninos normais, propus a ideia de irmos montadas, como se fosse a noite do fervo forte na Barra Funda. E assim fomos. Eu, AndersonValérioBruno, Horácio eSayyid, seis seres andróginos desfilando como se não houvesse amanhã, poderosas, beiçudas e tesudas prontas para qualquer foda inesperada. Me sentia a Power Ranger rosa, tal era a minha indolência.

 Nossa excitação e euforia acabaram logo que vimos o quão cheio estava aquele lugar. Eram casais apaixonados, famílias inteiras, estudantes. Parecia que tínhamos escolhido o pior dia para exercitarmos os nossos dotes putarísticos. Broxei rapidamente embora tivesse ficado duas semanas sem sexo por causa de um braço engessado. Precisava desesperadamente de algo com o qual eu pudesse foder. Estava no cio e necessitava de um colo para afogar as minhas lágrimas.

 Anderson, Valério e Sayyid quiseram periguetar na roda gigante, desafio esse que eu reneguei. Então Bruno e Horácio foram comigo no Castelo Encantado das Bonecas – se fosse mesmo pra ir a um brinquedo de menininha, que fosse nesse! Era quase a nossa vez na fila quando um surto de diarreia deu em Bruno e ele correu velozmente para o banheiro mais próximo dar uma cagada. Ficamos Horácio e Eu. Não gostava de ficar a sós com ele, pois sabia que a trava sentia algo por mim, mas eu o achava meio estranho. Embora fosse loiro natural, seus olhos eram estrábicos e ele tinha um bafo de cabra morta. Sinceramente, não sabia como havia homens que pagassem para uma chupada dessa boca.

 Enfim, entramos no carrinho e estávamos literalmente sozinhos, porque ninguém queria compartilhar do mesmo espaço que nós por sermos diferentes. E eu gostei disso, só não quis que Horácio estivesse lá. Enquanto o pequeno barquinho flutuava por uma água turva e escorrida por dentro do castelo, Horácio foi-se achegando perto de mim, até o ponto da sua perna ficar colada a minha. Senti um calor não muito bem-vindo. Tudo ficava mais tenso ainda com a sorriso dos bonecos de plástico e a cantoria que eles faziam que me davam vontade de rasgar a parede com a própria unha.

 “Ai, Horácio, vai pra lá! Tô morrendo de calor!”, gritei de repente.

 Ele ficou um pouco acuado, mas não desistiu de dar o bote.

 “Lúcio…”, começou o discurso da bicha, “Você sabe que eu gosto de você, porque me trata tão mal?”, disse com aquele olhar pidão e vesgo.

 “Mas é justamente porque você gosta de mim que eu te trato mal! Não leve isso a sério. Jamais qualquer coisa entre nós vai dar certo”, fui decisiva em meus argumentos.

 “Você fala isso porque gosta de humilhar os outros! Mas eu não acredito que nada entre nós não vai dar certo, eu acredito que dê para mudarmos de vida!”, falou como se fosse a Miss Universo defendendo o pobre povo da África.

 Eu não estava nem um pouco a fim de escutar sermão de travesti mal-comida e insatisfeita com o ofício. E para alegrar a minha situação, o barco no qual estávamos simplesmente parou. Não poderia ser pior.

 “Fodeu”, pensei alto.

 “Isso é um sinal para que você pense bem, de agora em diante, antes de dizer coisas ruins aos outros”, em outras palavras, ele queria que eu o comesse ali mesmo.

 Após cinco minutos naquele estado e não aguentando mais ouvir aquele homem buzinando na minha orelha, levantei do carro, pulei para perto dos bonecos e saí correndo. Virei uma curva e havia uma porta que, pela luz que entrava, dava para o lado de fora daquele castelo que fedia salgadinho de queijo. Estava fechada. Desiludida, continuei caminhando por entre aqueles bonecos insuportáveis que cantam musiquinhas péssimas. Sentei do lado de um deles e deitei minha cabeça sobre a coisa. Foi quando vi duas funcionárias, vestindo roupas azuis surradas, se esgueirando pelo labirinto de bonecos de mãos dadas e se afobando como duas crianças numa doceria. Segui-as.

 “Aqui está bom, ninguém vai nos ver”, disse uma delas.

 “Tem certeza?”

 “Absoluta”

 E antes que meus olhos visualizassem direito, uma pegou na bunda da outra e a puxou com a força de um cavalo para perto de si. Elas se beijavam lascivamente e nos seus beijos havia uma sede desértica de alguém que não bebe água há três dias. A mais alta passava seus longos e firmes braços no corpo da outra e esta, com suas mãos macias, acariciava os cabelos da amiga com a doçura de um anjo.

 As garotas tiraram a camisa que escondia seus peitos. A mais alta era a mais morena e seus mamilos se revelaram eriçados como a luz acesa de um farol à beira mar. Suas pontas mamárias apontavam o céu e tinham um comprimento fenomenal. A mais baixa mamou naquela teta com a certeza do martelo de um juiz em veredicto final, enquanto com as suas ligeiras mãos ia os afagando e apalpando, descobrindo sensações que até então só um pudim de leite condensado cremoso poderia lhe proporcionar.

 Deixando aquele peito úmido da mais pura baba salivar, a mais baixa voltou a tocar seus lábios na boca de sua parceira e seus seios içados estimulavam os da amiga, que retribuía as carícias roçando seus mamilos na ponta dos mamilos da outra. Aquela foi uma cena chocante para mim, que não estava acostumado a ver tal barbaridade. Mas por ser bárbaro é que me chamou a atenção. Eu estava descrente dos homens no momento e achei que algumas mulheres talvez pudessem me dar maior diversão naquela noite, por isso pus meu pau pra fora da minissaia e comecei a bater uma sem muita pretensão.

 A mais baixa abriu o zíper da calça azul da companheira e, ao fazer isso, sua cabeça foi domada pelas mãos invasivas da morena fatal, que pressionavam a cabeleira ruiva da amiga contra a sua xoxota. Alguns pelos saíam da calcinha de coraçõezinhos, que logo foi umedecida pela língua molhada da valente guerreira. A morena rasgou sua calcinha com as próprias unhas e a baixinha caiu de boca naquele clitóris rosáceo, como se ele fosse o último do planeta.

 Mordia o clitóris, beliscava-o, lambiscava-o com a língua fazendo brincadeiras lesbianas. Finalmente, a garota ruiva arregaçou as pernas da morena e com o dedo indicador deu uma dedada profunda na buceta carnuda da amiga. Seu dedo ia e voltava, voltava e ia, várias vezes, em movimentos rítmicos, que faziam a austera mulher gemer como uma cadela ao relento.

 A alta jovem virou as nádegas para a amiga, que foram singelamente apalpadas com o devido critério. A baixinha não demorou muito e mordeu aquela bunda farta, devorava-a, passava a língua por todo o hemisfério redondo. Havia uma tatuagem em forma de estrela na poupança esquerda e essa também não foi poupada pela enchente que escorria pelos glúteos da morena.

 A ruivinha separou os dois blocos carnavalescos e meteu a língua no buraco sagrado, e do mesmo modo que seu dedo adentrou a vagina da cúmplice minutos antes, sua língua fazia os gestos iguais, só que com o músculo da fala.

 Tiraram o resto das roupas que ainda vestiam e agora estavam, definitivamente, nuas. Sentaram ao chão, uma de perna aberta para a outra, aproximando-se e então, suas perseguidas se aninharam num briga mortal. Elas se batiam como dois touros chifrudos disputando a vitória pela vaca mais gorda. Seus pelos se enroscavam e os clitóris batiam palma.

 Nesse momento, ao gozar, bati em um boneco que caiu no chão e fez um incômodo barulho. As duas se assustaram e logo me viram.

 “Posso participar da brincadeira de vocês?”, perguntei com ar indecente.

 Elas me deixaram entrar no grupo, mas não demorou muito para descobrirem que eu era um homem.

 “Sabe o que fazemos com homens que querem nos submeter aos seus prazeres?”, a ruiva cuspia na minha cara ao dizer tais infâmias, enquanto a morena me segurava pelas costas, impossibilitando uma estratégica fuga, “Nós enfiamos um pau bem no meio disso que você chama de cu!”.

 “Não fala assim que eu gosto”, exclamei veemente.

 Perto de nós, havia um boneco com trajes de rei e um cajado na mão. A ruiva pegou o sugestivo objeto e fui forçado pela morena e ficar de quatro com a bunda arrebitada pra cima.

 “É assim que fazemos”, vociferou a baixinha, enfiando o cajado do rei nas minhas entranhas mais abissais. Eu já estava sem forças por causa da punheta e mal podia me levantar. Elas foram más comigo e me deixaram jogado de lado com o cetro no cu e voltaram fidedignas às suas núpcias de Safo.

 Terminaram sua relação tempestuosa após muitos gemidos e esfregações vaginianas e não me socorreram. Após breves instantes, consegui me erguer com dificuldade, foi quando ouvi uma voz conhecida

 “Ah, você está aí!”, gritou Horácio, com o barquinho agora em movimento. “Pensei que tinha ido embora de vez”

 “Não achei o caminho”.

 

 

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